Artísta Plástico Capimgrossese Dá Cores ao Sertão

Eduardo Lima
Nascido em 1977 na cidade de Capim Grosso, situada no interior da Bahia, o artista plástico Eduardo Lima está radicado em Barreiras, cidade do oeste baiano, lugar escolhido pelo artista por sua história e belezas naturais. Autodidata desde os dez anos de idade, se destaca principalmente pelo seu talento artístico. Apaixonado pela arte e por suas raízes nordestinas retrata por meio de suas pinceladas firmes e cores fortes a simplicidade, o cotidiano, a ingenuidade e a cultura do nordeste.
5Quando frentista, Eduardo pintava nas horas vagas. Atualmente dedica-se exclusivamente a pintura em tela, que lhe deu a oportunidade de participar de várias exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior.
Anapress – Como foi seu primeiro contato com a arte?
Eduardo Lima – Quando criança eu via meu pai lidando com o barro, pois ele era oleiro e eu presenciava aquela labuta e ficava fascinado com as formas obtidas  através da modelagem do barro, mas foi por volta dos oito anos de idade em sala de aula que tomei gosto por desenho.
Anapress – Que mudança ela trouxe para sua vida?
Eduardo Lima – A arte me permitiu conhecer pessoas e culturas diferentes, isso foi muito enriquecedor e mudou minha forma de ver o mundo.
Anapress – O que fez com que você desejasse ser um artista plástico?
Eduardo Lima – O amor pelo fazer e criar, sempre fui apaixonado pelos trabalhos manuais criativos e quando passei a mostrar para as pessoas aquilo que eu fazia, elas passaram a elogiar e logo me intitularam de artista, demorei a aceitar, mas logo me convenci e assumi esse meu lado.
3Anapress – Por que escolheu trabalhar com óleo sobre tela? Já trabalhou com outros materiais?
Eduardo Lima – Apesar de ter trabalhado com diversos materiais, hoje meu trabalho é pautado em óleo sobre tela. O fato da secagem da tinta óleo ser lenta isso me permite trabalhar as nuanças dando um efeito desejado. Coisas que com a tinta acrílica eu não conseguia fazer.
Anapress – Você consegue viver exclusivamente de seu trabalho?
Eduardo Lima – Sim
6Anapress – Você não reside em um grande centro do País, como você divulga e comercializa seu trabalho?
Eduardo Lima – Moro em Barreiras  interior da Bahia e divulgo meu trabalho através de parcerias, publico  nas redes sociais, através de catálogos, eventos do ramo, também tenho parceria com galerias de arte, decoradores e marchand.
Anapress – O mercado de artes plásticas no Brasil está propício para bons negócios?
Eduardo Lima – Certamente, mas geralmente o artista não sabe lidar com a parte do marketing, que é o seguinte, trabalho de qualidade sendo mostrado às pessoas certas sempre dará negócio.
Anapress – Você divulga sua arte também pela internet. Como fazer com que a arte alcance o grande público?
Eduardo Lima – Com o apoio dos amigos tento propagar ao máximo através das redes sociais publicando em grupos do mesmo seguimento e através de postagens pagas.
5Anapress –  Você se inspira em algum artista? Sofreu ou sofre influência de outro profissional?
Eduardo Lima – Sim, gosto dos artistas brasileiros e suas criações. Tento entender  o sentimento de um com o tema e a paleta de outro, faço um estudo cabal para que eu possa aprender um pouquinho com nossos mestres brasileiros. Dentre minhas inspirações destaco Almeida Junior, Aldemir Martins, Portinari e Tarsila do Amaral
Anapress – Por que a opção por pintar somente a cultura nordestina e utilizar cores fortes?
Eduardo Lima – Imagine eu nordestino  pintando uma cena européia, que verdade teria isso? Tudo que transmito através das minhas telas são coisas que vivi, vi e senti,  e essa verdade eu tento transmitir através da minha obra. Quanto as cores fortes elas representam o clima da região que é  maravilhoso e as vezes avassalador.
Anapress –  Como é seu processo de criação?
7Eduardo Lima – Nas minhas andançass observo as pessoas na  feira livre, da roça, do cotidiano em geral, as vezes fotografo, mas a maioria das vezes guardo a cena na lembrança e quando chego em casa cuido de esboçar, isso posteriormente vai para tela que em seguida recebe o preenchimento das tintas.
Anapress – Você é patrocinado por alguma marca ou fabricante de material?
Eduardo Lima – Não, toco minha carreira com meus próprios recursos.
Anapress – O nordestino ainda sofre muito preconceito, e parte da população do nordeste vive em situação precária. Você denuncia isso ou pretende provocar alguma discussão sobre esses assuntos em seu trabalho?
Eduardo Lima – Com certeza, passei  pela  fase da denúncia, mas hoje estou na fase da alegria e tento mostrar a região nordeste de forma positiva através da minha arte, divulgo as suas riquezas através das colheitas e sua alegria através da cultura que é riquíssima.
Anapress – Os meios de comunicação e a internet influenciam positiva ou negativamente o olhar do público para a arte?
Eduardo Lima – De forma positiva, pois  é uma forma de aproximar as pessoas  da produção artística, a internet  tem fomentado  novamente o desejo das pessoas por arte que vinha minguando desde muito tempo. As pessoas passaram a conhecer os artistas que vive no anonimato  através de um telefone celular, isso é fantástico.
8Anapress – Para alguns a popularização da arte e da cultura faz com que haja uma produção com pouca qualidade para a população de baixa renda e uma produção de boa qualidade que é oferecida para a chamada elite. Você concorda com isso?
Eduardo Lima – Em parte sim, mesmo que o trabalho seja de alta qualidade geralmente os “pequenos”  artistas em começo de carreira costumam distribuir sua arte dentro da sua classe social, e no momento em que ele ganha notoriedade e tendo seu valor artístico elevado ele passa a atender uma outra demanda de classe invibializando o acesso da sua arte daquela primeira classe.
Anapress – Em uma situação econômica como a do Brasil, como fazer com que as pessoas voltem seu olhar e consuma arte e cultura?
Eduardo Lima – O consumo de arte está atrelada a educação, é preciso desde cedo aguçar a sensibilidade na cabeça do indivíduo através de fomentação às coisas artísticas, isso permite  colher frutos no futuro, mas por hora, o incentivo por meio do poder público e privado e uma chacoalhada da mídia já é de grande ajuda para que o consumidor que compra uma TV ou geladeira sinta que é necessário ter uma obra de arte em sua casa.
Anapress – Qual é sua maior satisfação em seu trabalho?
Eduardo Lima – Fazer as pessoas felizes através da minha arte.
Por: Edna Pessanha / Portal ANApress

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