A paralisação dos funcionários terceirizados do setor de limpeza da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) completa 34 dias. A instituição está com as salas e corredores sujos e as lixeiras estão transbordando.
Rosalvo Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública (Sintralp) disse que os trabalhadores estão em uma situação muito difícil e não têm expectativa de melhora. Metade dos trabalhadores continua trabalhando, mas ainda assim o número não é suficiente para atender a demanda do serviço.
"Não temos expectativa. Os trabalhadores estão sem salário, sem vale transporte e sem auxílio alimentação. Com as contas todas atrasadas e aqueles que estão trabalhando estão pedindo dinheiro emprestado aos amigos para pagar o transporte. Tivemos a informação que há uma promessa de pagar os salários na próxima terça-feira. Já vão completar dois salários atrasados", acrescentou.
Para o sindicalista, a situação do atraso de salários é um crime contra os trabalhadores. Ele informou que estão sendo realizadas campanhas para doações de alimentos e cestas básicas para amenizar o problema. A Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs) e o Sindicato dos Trablhadores em Educação (Sintest) estão solidários a causa e têm dado um suporte à categoria.
Evandro Nascimento, reitor da Uefs salientou que a universidade tem honrado os seus compromissos junto às empresas terceirizadas. Porém, este sistema de contratação apresenta dificuldades. As empresas estão em situação de fluxo financeiro problemático e muitas vezes não têm uma boa relação com outros órgãos. De acordo com ele, devido à questões burocráticas de falta de certidões negativas da empresa a Uefs não pode fazer o repasse à empresa. No entanto, a partir da legislação e dados contratuais é obrigação da empresa fazer o pagamento aos funcionários até que a nota fiscal para o pagamento seja apresentada.
"Para que o mês de abril não ficasse com atraso , fizemos o pagamento direto na conta dos trabalhadores e na quinta-feira, apresentamos a notificação de ordem bancária para os trabalhadores. Provavelmente, esperando o prazo de compensação bancária eles recebam. A empresa ontem apresentou o comprovante de pagamento dos funcionários que estavam sem receber ao mês de março. Esse sistema de contratação de terceirizados está em um momento complicado porque as empresas estão em uma situação de fluxo financeiro problemático e enquanto a Uefs está cumprindo o seu papel, a saúde financeira das empresa não está boa. Estamos sempre dialogando com os trabalhadores e o sindicato da categoria. Tratando de uma forma digna. São pessoas que se dedicam, que trabalham, constroem e fazem o dia a dia da universidade. As empresas que têm sido aprovadas em licitações não honram os seus compromissos. Estamos trabalhando pra que mês que vem isso não aconteça. Se não honrar no terceiro mês vamos buscar reincidir o contrato", finalizou.
Com informações do Acorda Cidade.
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