Chamada de "greve de advertência", mobilização é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) |
Enquanto o governo federal tenta negociar o fim da paralisação dos
caminhoneiros, que chega a seu sétimo dia neste domingo 27, os petroleiros
anunciaram que também entrarão em greve nacional a partir da próxima
quarta-feira, 30 de maio, com duração de 72 horas.
A mobilização, que foi chamada de "greve de
advertência", é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e
sindicatos filiados, que apresentaram uma série de demandas. Uma das principais
é a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis.
Os petroleiros reivindicam também o fim das importações de
derivados de petróleo, a manutenção dos empregos e a saída imediata do atual
presidente da Petrobras, Pedro Parente, que, segundo a FUP, "mergulhou o
país numa crise sem precedentes".
A categoria ainda protestou contra a possível proposta de
privatização da estatal petrolífera e contra a presença das Forças Armadas nas
refinarias, que descreveu como "grave ataque ao Estado Democrático de
Direito".
O reajuste salarial dos trabalhadores da categoria, no entanto,
não é uma das demandas da paralisação, uma vez que a data-base do setor é em
setembro.
Em comunicado, a FUP afirma que "a greve de advertência é
mais uma etapa das mobilizações que os petroleiros vêm fazendo na construção de
uma greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela
categoria".
Chamada de "greve de advertência", mobilização é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) |
Segundo a federação, o setor de petroleiros já havia decidido
entrar em greve em abril deste ano, mas uma data faltava ser definida. Segundo
a nova decisão, a paralisação terá início à meia-noite de quarta-feira e se
estenderá até as 23h59 de sexta, 1º de junho.
Além disso, a FUP informou que, neste domingo, os petroleiros
pretendem atrasar as trocas de turno em quatro refinarias e fábricas de
fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE),
Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia.
Na segunda-feira, a federação e seus sindicatos realizarão um Dia
Nacional de Luta, com atos públicos e mobilizações na Petrobras. A estatal
ainda não se pronunciou sobre as manifestações e a paralisação.
Em seu comunicado, a FUP também menciona a greve dos caminhoneiros
em todo o país – impulsionada pelos sucessivos reajustes no preço do diesel – e
critica o presidente Michel Temer, bem como a gestão do presidente da
Petrobras.
"A atual política de reajuste dos derivados do petróleo, que
fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte
da história da Petrobras. Os culpados pelo caos são Pedro Parente e Michel
Temer", denuncia a federação.
Fonte: Carta Capital
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