COMO FUNCIONARÁ A TV DIGITAL NO BRASIL A PARTIR DE 2016


A partir de 2016, o Brasil vai mudar o sistema de transmissão da televisão analógica, aberta e gratuita, para o digital. A chamada migração digital seguirá calendário determinado pelo Ministério das Comunicações.
O Distrito Federal (e cidades do entorno) será o primeiro a desligar o sinal analógico, no dia 3 de abril de 2016, seguido pelas capitais: São Paulo (15/05), Belo Horizonte (26/06), Goiânia (28/08) e Rio de Janeiro (27/11). O calendário de desligamento se encerrará somente em dezembro de 2018. Mas calma, porque o sinal de TV analógica de cada região só poderá ser desligado quando pelo menos 93% da população local estiver recebendo o sinal da TV digital.
Um ano antes da data do desligamento, os telespectadores devem ser informados pelas emissoras sobre a mudança em sua região e o canal digital em que vai passar a transmitir sua programação. Isso será feito por meio de avisos na própria tela da TV.

Diferenças entre a TV analógica e a TV digital
Enquanto a TV analógica transmite áudio e vídeo, a TV Digital transmiti também informações de dados, além da qualidade em alta definição dos sinais de áudio e vídeo.
Digitalizada, a televisão passa a fazer parte do ambiente de convergência, podendo se conectar a qualquer outra plataforma digital, como computadores ou celulares, podendo ser assistida a qualquer tempo, de qualquer lugar. E a TV digital oferece muito mais, como a possibilidade da interatividade e da multiprogramação.
No caso da televisão, além da captação e edição das imagens e sons serem feitas no padrão digital há algum tempo, as transmissões de seus sinais (por meio das faixas de frequência) também passaram a ser feitas de maneira digital em algumas cidades e/ou regiões.
Para receber este sinal no padrão digital, os telespectadores precisam ter receptores (televisores já munidos de conversores ou conversores set of box, a serem acoplados nos aparelhos de TV já existentes) capazes de colocar na tela o sinal digital.
  
Vantagens da TV digital
A TV Digital permite ocupar melhor o espectro eletromagnético. Isso significa abrir espaço para mais canais na TV aberta. Outra vantagem é a qualidade do sinal de áudio e vídeo. As imagens são mais nítidas e podem ser recebidas em Alta Definição (HD, sigla em inglês para High Definition) em vez do SD (Standard Definition).
Além da conhecida transmissão de áudio e vídeo da TV analógica, a TV digital permite o tráfego de dados, com acesso às redes de informação, num ambiente convergente, que pode transformar cada receptor de televisão num terminal de computador ligado à Internet e cada terminal de computador num receptor de televisão. A comunicação, que no analógico é de um para todos, pode ser bidirecional, abrindo às audiências a possibilidade da interatividade.

TV digital no Brasil
O padrão japonês foi o escolhido para servir de base à implementação da televisão digital no Brasil, que sofreu ajustes e modificações, sobretudo com a entrada do Ginga, midlleware desenvolvido no Brasil, se tornando o ISDB-TB (ou SBTVD-T).
Criado pela PUC-Rio e pela UFPB em software livre, o midlleware Ginga permite a interatividade plena entre as audiências e os emissores, proporcionando a comunicação bidirecional.
O padrão nipo-brasileiro proporciona portanto maior qualidade da imagem e do som, possibilita a interatividade com o telespectador e acesso por dispositivos portáteis e móveis, como celulares, tablets e aparelhos GPS. Outra vantagem do sistema é que o Brasil e o Japão oferecem oferta de capacitação tecnológica e transferência de tecnologia aos países que optam pelo sistema. O sistema utilizado no Brasil, fruto de parceria com o governo japonês, atualmente é adotado por 15 países da América Latina, Central e da África.

O que tenho de fazer?
Você deve se preparar para receber o sinal digital, de modo a poder continuar assistindo aos canais da TV aberta e gratuita em sua região. Veja aqui o cronograma de desligamento para sua cidade. Mas o sinal de TV analógica só poderá ser desligado quando pelo menos 93% da população da região estiver recebendo o sinal da TV digital.
É possível assistir à TV digital em qualquer tipo de TV - de tubo, LCD, LED ou plasma. Mas para receber o sinal é preciso ter uma antena UHF simples, interna ou externa, dependendo da sua região, e também:
Para TV de tubo - um conversor digital externo (ou set top box) para instalar em qualquer TV.
Para TV de tela fina - nem todos os aparelhos de TV de tela plana são digitais. Caso seu televisor tenha sido fabricado no Brasil a partir de 2011, provavelmente ele já tem um conversor integrado. Caso contrário, você precisara conectar seu aparelho a um conversor digital.
Para receber o sinal digital, basta instalar uma antena UHF e conectá-la na TV ou no conversor. Não é preciso pagar para receber o sinal da TV aberta digital.

O que comprar e como instalar?
A maioria dos televisores de LCD, LED ou plasma fabricados no Brasil a partir de 2011 já têm o conversor digital integrado, o que exige apenas a conexão de uma antena UHF.
Se pretende comprar um televisor novo, verifique se ele possui o selo DTVi, que indica que o fabricante é associado ao Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre e que atende às normas técnicas da TV Digital Aberta. Este televisor está pronto para receber o sinal digital.
Se tiver televisor de tubo, é possível ter imagem de ótima qualidade proporcionada pela TV Digital Aberta. Neste caso, a imagem do televisor será equivalente à imagem quando se assiste a um DVD. É preciso conectar um conversor digital na entrada de vídeo composto do aparelho de TV, por meio de um cabo RCA, e conectar uma antena UHF, que, dependendo da localidade da residência deverá ser interna ou externa.
O conversor digital externo (ou set top box), deve ser usado nos seguintes casos:
• telespectador possui televisor de LED, LCD ou plasma, sem conversor digital, fabricado no Brasil em 2010 ou antes de 2010;
• telespectador possui televisor de LCD, LED ou plasma, com conversor digital integrado, porém sem o middleware Ginga embarcado;
• telespectador possui televisor de tubo.
A antena UHF comum terá que ser adquirida por todos que quiserem captar o sinal digital. Há vários tipos de antenas UHF, interna ou externa, sendo as mais comuns a antena log periódica, yagi e a “boca de jacaré”.
O melhor tipo de antena depende da localização da residência (distante ou próxima da torre de transmissão, de edifícios altos ou outros fatores que podem interferir na recepção do sinal). Por isso, a antena deve ser instalada em um local sem obstáculos próximos (prédios ou muros).

 Quanto terei que gastar para receber o sinal da televisão aberta digital?
Não é preciso pagar para receber a TV aberta digital. O sistema brasileiro de TV digital, o ISDB-Tb, é gratuito. Mas é preciso ter os equipamentos adequados para a recepção do sinal. Você precisa ter uma antena digital e um conversor digital, que você pode acoplar na sua TV, ou uma TV com conversor integrado.
A aquisição de uma antena externa e um conversor digital (necessário para quem tem televisores fabricados no Brasil antes de 2010) poderão custar muito mais barato do que uma nova TV.

Você faz parte do Bolsa Família?
Todos os beneficiários do programa Bolsa Família têm direito a receber uma antena e conversor digital. A distribuição do kit digital será feita por uma empresa, três meses antes do desligamento do sinal analógico previsto para cada município do país. 

Quanto tempo eu tenho para estar pronto?
Cada cidade e/ou localidade terá uma data específica de desligamento do sinal. As emissoras irão comunicar um ano antes sobre a data do desligamento e sobre eventual mudança no canal (em alguns casos, as emissoras terão que ser vistas em outros canais). Verifique o cronograma de desligamento aqui.

Vantagens da TV Brasil
Com a TV digital, a TV Brasil ganha a possibilidade de fazer a interatividade e a multiprogramação. Isso significa que a TV Brasil digital poderá dispor de até 4 canais diferentes numa mesma faixa do espectro da radiodifusão para veicular sua programação. Ou mesmo fazer parcerias com Estados e Municípios para levar políticas publicas de interesse social.

Rede Pública de Televisão
A EBC lidera uma rede de televisões, chamada de Rede Pública de Televisão, com mais de 40 emissoras parceiras. Juntas, essas emissoras levam a programação da TV Brasil a 1,8 mil municípios brasileiros.
Cada uma delas tem a obrigação de informar o público sobre a migração e a mudança de canal. A elaboração de uma chamada local com as informações específicas de cada cidade e/ou região é obrigatória e deve ser feita por todas as geradoras de televisão do país. 

Legislação
Em 2003, o Governo Federal instituiu o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T), por meio do Decreto nº 4. 901. Em 2006, o Decreto 5.820, estabeleceu as diretrizes para as emissoras e retransmissoras de televisão migrarem do sistema de transmissão da tecnologia analógica para digital. O artigo 6º especifica que o SBTVD-T possibilitará:
I - transmissão digital em alta definição (HDTV) e em definição padrão (SDTV);
II - transmissão digital simultânea para recepção fixa, móvel e portátil; e
III - interatividade. 

Campanha
Um ano antes da data do desligamento do sinal analógico na sua região, todas as emissoras do país terão que veicular a logomarca com o símbolo da televisão analógica no canto da tela, tarjas no pé da tela com texto fixo ou em movimento, com duração de 30 segundos.
A TV Brasil, além da divulgação obrigatória, fará uma campanha especial com foco na migração do sinal. O objetivo da estratégia é comunicar aos telespectadores não somente a mudança do canal em suas praças, mas também sobre as vantagens e possibilidades geradas pela transmissão digital, que inclui a melhoria da imagem e também a oferta de informações e serviços promotores da educação e da cidadania.

Informações técnicas
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A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) elaborou uma cartilha com informações técnicas e operacionais voltadas para as emissoras integrantes da Rede Pública de Televisão. Acesse aqui.
Com informações do Portal www.ebc.com.br

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