A Superintendência de Seguros Privados (Susep) abriu na
sexta-feira, 18, consulta pública para o seguro popular de automóvel que
permite a utilização de peças usadas no conserto de carros segurados, conforme
edital da minuta publicado no Diário Oficial da União. Interessados têm até 30
dias para enviar sugestões sobre o tema. Na prática, o seguro popular de
automóvel, uma demanda antiga do mercado de seguros, visa baratear o preço das
apólices e atrair mais segurados que hoje circulam com seus veículos sem uma
proteção securitária. Estimativas do setor dão conta de que somente um terço de
toda a frota do País é segurada. "51,9 milhões de veículos com mais
de cinco anos de uso não têm seguro. É um mercado que pode passar a ser
explorado a partir do seguro popular, que deve ser realidade no ano que
vem", avaliou o presidente da Confederação Nacional das Empresas de
Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização
(CNseg), Jayme Brasil Garfinkel. O impulso para o seguro de automóvel popular
é a lei de desmanche legal, que regularizou a atividade de desmonte de veículo
e já está em vigor em todo o Brasil. A Argentina conta com lei semelhante. Lá,
conforme o presidente da CNseg, o índice de furto e roubo diminuiu 50%,
trazendo reflexos positivos para a sinistralidade e, consequentemente, para o
preço do seguro de automóvel. Os mais otimistas acreditam em uma redução de até
30% das apólices no Brasil. "A lei do desmanche em São Paulo
funcionou muito bem e vai se expandir pelo Brasil em 2016. Há potencial grande
no setor. No Brasil, as expectativas são de que ocorra o mesmo", analisou
Garfinkel. De janeiro a setembro, o mercado de seguro de automóvel
movimentou R$ 24,2 bilhões em prêmios, montante 4,3% maior que o visto em igual
intervalo de 2014, conforme a CNseg, com dados da Susep. O setor espera, porém,
que este ramo apresente incremento de 3,5% ao final do ano, podendo ter leve
aceleração em 2016, cuja expectativa é de avanço de 3,9%.
Fonte: Bahia Notícias
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